Veio-me ao pensamento a figura de alguns jovens do Evangelho. Alguns jovens que se depararam com Jesus, ou dos quais Ele mesmo falou. Talvez isto vos ajude. Se vos for útil, conservai-o; se não vos for útil, eliminai-o.
Pensei nos jovens apóstolos, pensei no jovem rico, pensei no jovem que partiu à procura de uma vida nova com a herança do pai, pensei no jovem morto. Os apóstolos eram jovens, alguns não muito, outros sim. João era um rapazinho. E ficaram impressionados com a figura de Jesus, entusiastas com aquele arrebatamento que sentimos quando nos encontramos com Jesus. Vão depressa ter com os amigos e dizem-lhes: «Encontrámos o Messias! Encontrámos Aquele do qual falam os profetas!».
Encontrar Jesus! Foi assim que os apóstolos agiram: depois cederam, não se comportaram muito bem. Pedro negou-o, Judas traiu-o enquanto os outros fugiram. Isto significa que é preciso lutar para ser fiel a este encontro, ao encontro com Jesus.
Pergunto-te: «E tu, quando te encontraste com Jesus? Como foi o teu encontro com Jesus? Já tiveste um encontro com Jesus, ou só agora o encontras? Os jovens apóstolos! Pensai em como encontraram Jesus Pedro, Tiago, João e Natanael.
Quem és tu? O entusiasta, como os apóstolos, antes de começar a percorrer o caminho? Aquele que deseja seguir Jesus, porque lhe apraz, mas sente-se bloqueado por numerosas coisas que o vinculam e não o pode seguir, como o jovem rico da mundanidade, de muitos bens? Como aquele que esbanjou toda a herança do pai, mas teve a coragem de voltar e neste momento sente o abraço da misericórdia? ...
«Padre, é injusto — dir-me-ão as jovens — pois os exemplos que nos dás são para os rapazes; e nós?». Com a vossa vida, aspirai a consolidar a ternura e a fidelidade. Percorrei o caminho daquelas mulheres que seguiam Jesus, na boa e na má sorte. A mulher dispõe deste grande tesouro de poder oferecer a vida, de poder dar ternura, de poder infundir paz e alegria. Para vós existe um único modelo: Maria, a mulher da fidelidade, aquela que não entendia o que acontecia, mas entretanto obedecia. Aquela que, quando soube do que a sua prima precisava, foi depressa ter com ela; a Virgem da Prontidão! Aquela que fugiu como refugiada para um país estrangeiro a fim de salvar a vida do seu Filho. Aquela que ajudou o seu Filho a crescer, que o acompanhou e, quando o seu Filho começou a pregar, seguiu-o. Aquela que padeceu tudo o que acontecia com o Menino, com o Jovem. Aquela que permaneceu ao lado do seu Filho, e lhe indicava os problemas que surgiam: «Olha, não têm vinho!». Aquela que, no momento da Cruz, estava com Ele.
A mulher tem uma capacidade de dar vida e ternura que nós, homens, não temos. Vós sois mulheres de Igreja. Da Igreja, ou «do» Igreja? Não, não é «o» Igreja, é «a» Igreja. A Igreja é feminina, é como Maria. Este é o vosso lugar. Ser Igreja, formar a Igreja, permanecer ao lado de Jesus, oferecer ternura, acompanhar e deixar crescer.
Que Maria, a Senhora da Carícia, a Senhora da Ternura, a Senhora da Prontidão ao serviço vos indique o caminho. Pois bem, agora já não vos zangueis, pois conseguistes vencer os rapazes. Faço votos por que este dia termine bem para vós. Que cada um e cada uma de vós encontre Jesus, o Jesus ressuscitado.
E digo-vos algo: não tenhais medo! Olhai para Jesus, olhai para Maria e ide em frente!
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